sexta-feira, 18 de setembro de 2015

O Amor de Deus cura as feridas de um amor não correspondido


Anteriormente quis publicar uma poesia que há pouco menos de um mês eu escrevi, em um momento de muita dor afetiva. Quando descobri que a pessoa de quem eu gostava não me correspondia.
A dor de não ser correspondido machuca muito, mas sabemos que não podemos culpar a pessoa que amamos pois ninguém é obrigado a amar da mesma forma que a gente. Pois o amor é livre.
Lembro que quando esta mesma pessoa estava me falando que gostava de mim como a todos, eu estava sentada na calçada de casa, apressada para tomar um banho bem rápido e ir voltar para a casa de minha irmã Lucineide que estava agonizando.
A dor de não ser correspondida e a dor de estar perdendo uma irmã uniram suas mãos e meu coração sangrou... Pedi forças À Deus e ao me despedir da pessoa fui tomar banho. A dor era tão grande que naquele momento resolvi entregá-la como sacrifício pela a agonia da Lucineide, para que ela não sofresse mais, pois já não sabíamos o que fazer por ela. Pedi Ao Senhor que tivesse compaixão dela e que quando chegasse sua hora ela fosse em Paz, pedi pela salvação de sua alma.
Assim que tomei banho, veio a notícia, minha irmã depois de três dias agonizando, faleceu. Chorei muito, não entendia como uma mulher tão jovem, com seus 47 anos, que tinha tanta vida pela frente poderia partir tão cedo dessa vida. Pensei em seus filhos, na dor que estavam sentindo, mas uma sensação de Paz foi me invadindo... senti que a dor do amor não correspondido que ofereci À Deus em sacrifício pela salvação da minha irmã tinha sido aceito por Ele. A certeza de que agora ela estava descansando no colo do Pai me consolou e me deu coragem para ajudar uma de suas filhas com o funeral.
Quando cheguei em sua casa e vi seu corpo imóvel, senti que realmente ela tinha ido em Paz. Deus não rejeita jamais um sacrifício de amor.
Fui a cidade com a minha sobrinha e dois amigos para fazer todo o processo que exige a funerária e ao hospital obter a declaração do óbito. Fui percebendo como Deus é misericordioso, pois vi a força que Ele estava dando a minha sobrinha, que era mais apegada a ela e que sofreu junto toda aquela dor e estava reagindo de maneira forte e corajosa. Agradeci muito Ao Senhor, pois todos da família temia que ela não resistisse.
Passou se alguns dias e Deus me presenteou com um belíssimo show da minha banda preferida, Rosa de Saron na minha cidade Natal, Ubajara, CE. Passei um dia muito abençoado com minha família materna, onde tive a oportunidade de atender o pedido que minha mãe, Maria das Dores havia feito algumas vezes, que era para eu chamar de mãe a minha mãe biológica Marlene, a qual eu tratava apenas como uma amiga e irmã. Quando eu falei sobre o assunto e a chamei de mãe pela primeira vez, ela se emocionou muito, chorou e explicou o que eu já sabia, que tinha me dado em adoção porque na época não tinha condições de me criar mas que sofreu muito.
O carinho dos meus irmãozinhos foi me contagiando com uma alegria muito grande e tudo o que eu fazia era bendizer ao Senhor em minha alma por sua misericórdia, estava rodeada por pessoas que me amavam verdadeiramente. Foi realmente um presente de Deus e um consolo depois de passar por um período de tanta dor.
Passou-se mais alguns dias, e ganhei outro presente do Senhor, uma viagem de sete dias na Canção Nova, em Cachoeira Paulista, São Paulo. A realização de um sonho que nutria desde os meus 16 anos de idade, quando conheci através da TV, essa maravilhosa e abençoada comunidade.
Vivi momentos maravilhosos de fé que eu sei que não passaram, mas que deixaram aqui dentro do meu coração uma semente de esperança e um fogo abrasador que não se apagará jamais.
Tive a oportunidade de me confessar, de receber aconselhamento e oração, missa diária, adoração, palestras, louvor... Participei de programas de televisão alegres e descontraídos como o Juntos somos mais com a Maria Renata e o Cleto Coelho, de ensino da fé católica, como A escola da fé com professor Felipe Aquino, oracional, como o Amor Vencerá com a Salette Ferreira, dos terços mariano e o da Divina Misericórdia. Conheci pessoalmente a Ermida da Mãe Rainha, em que na maioria das vezes é gravado o terço, que eu rezava todas as noites com a minha mãezinha Maria das Dores pela TV Canção Nova. Ali foi impossível conter as lágrimas.
Conheci pessoalmente pessoas que Deus usou e continua usando inúmeras vezes para falar ao meu coração, como o Márcio Mendes, Diácono Nelsinho Correia, Thiago Tomé, Andrea Taísa ( Déia do Bem da hora) Pe. Roger Araújo, Ricardo Sá e Emanuel Stênio...
Assisti de pertinho a missa celebrada pelo Monsenhor Jonas Abib, fundador da comunidade Canção Nova. Fomos muito bem acolhidas em um jantar na casa de uma de nossas conterrâneas que é missionária consagrada, a Lília Raulino, ela e suas irmãs de missão são pessoas abençoadas e acolhedoras. Deus seja louvado pela vida de cada uma dessas servas e servos do Senhor que deram o seu sim para levar O Evangelho até os confins do mundo.
No Santuário do Pai das Misericórdias pedi a Ele a graça de amar como irmão a pessoa pela qual me apaixonei e Ele me ouviu. Quem sabia da história ficou surpreso e admirado por ter sido algo tão rápido, mas não foi mágica, foi a misericórdia de Deus. Ele se compadeceu do meu pobre coração assolado pelas feridas e dores de um amor não correspondido. Pois foi O Seu Amor de Pai quem me curou e me libertou.
E eu quero dizer para você que hoje está sofrendo por um amor que não é recíproco, que mesmo que você já tenha pedido À Deus para “arrancar” de seu coração esse sentimento, e ainda não conseguiu, que continue crendo. Peça como eu pedi, se for segundo A Santa Vontade do Pai. Se não for ouvido de imediato, ofereça esse sofrimento por sua própria conversão ou de alguém que você ama, pela salvação das almas do purgatório, pela Paz no mundo, a santificação do clero e pelas famílias do mundo inteiro. Seu sofrimento não será em vão. Mesmo que as vezes pareça desesperador, creia que Deus está cuidando de você como Ele cuidou e cuida de mim.
Para mim também não foi fácil e não pense que depois disso eu não tenho mais lutas em minha afetividade, é claro que sim mas a certeza de que de tudo O Senhor tira um bem maior me dá forças para continuar. Eu sei em Quem pus minha confiança.
Assim como falamos e gritamos muito durante o acampamento dedicado à São Miguel Arcanjo, unido à ele quero declarar com você: QUEM COMO DEUS? NINGUÉM COMO DEUS!
Encerro aqui o meu relato de hoje com um grande exemplo de sacrifício por amor à Jesus, retirado do livro: Jovens, vós sois nossa esperança, de Anderson Wagner:
A história de amor do Beato Alberto Marvelli que diz: Escolheu para companheira a jovem Marilena Alde de Lecco, que mantinha com ele uma graciosa amizade e ligação espiritual. Declarou a ela a sua intenção, por meio de uma longa carta que narrava o que ele sentia com espontaneidade e que a deixava livre para responder. Escrita em 27 de agosto de 1942, a sua carta nunca foi respondida.
Mesmo sentindo a dor de não ser correspondido Alberto se conformou: Amo muito mais O Senhor para rebelar-me ou chorar sobre sua vontade... por sua vontade devemos sacrificar as satisfações dos nossos desejos e ideais terrenos.
Reflita com isso...

Deus lhe abençoe muito! Um abraço de sua irmã em Cristo

Kátia Aparecida 

Como me enganei!



Meu coração estava livre...
Acorrentado somente pela dor de uma perda
O amor humano já não significava nada para mim
Minha única dor era não ter mais a minha mãe ao meu lado

Então você chegou com suas belas palavras...
Como se fosse um anjo enviado por Deus
Que me consolava

Criamos uma linda amizade
E na minha fragilidade deixei um outro tipo de sentimento surgir
Tentei lutar, mas não fui forte o suficiente para vencê-lo
Quando percebi já estava te amando...
Era tarde demais para fugir

Resisti muito, não queria gostar de ninguém
Pois sabia o quanto dói um amor não correspondido
Mas fui me deixando enganar por suas palavras
Pelo seu jeito de ser

Pensei que fosse diferente dos demais
Criei um castelo de ilusões
Sofri com seus silêncios que sempre procurei respeitar
Tentei te entender mesmo tão cercado de mistérios
E quando você ressurgia o meu coração parecia ganhar nova vida

Foi impossível para mim vencer esse sentimento
Até que um dia resolvi abri meu coração
E descobri que tudo não passou de uma ilusão da minha cabeça

Não te culpo por nada, eu é que me enganei todo esse tempo
Agora só peço a Deus para aprender com essa dor que assola minha alma
Que meu coração não se endureça para um novo amor...
Mas agora tenho medo de amar novamente
Que Deus me ajude a te esquecer!

Kátia Aparecida, Carquejo, 29 de Agosto de 2015