Anteriormente quis publicar uma
poesia que há pouco menos de um mês eu escrevi, em um momento de muita dor
afetiva. Quando descobri que a pessoa de quem eu gostava não me correspondia.
A dor de não ser correspondido
machuca muito, mas sabemos que não podemos culpar a pessoa que amamos pois
ninguém é obrigado a amar da mesma forma que a gente. Pois o amor é livre.
Lembro que quando esta mesma
pessoa estava me falando que gostava de mim como a todos, eu estava sentada na
calçada de casa, apressada para tomar um banho bem rápido e ir voltar para a
casa de minha irmã Lucineide que estava agonizando.
A dor de não ser correspondida e
a dor de estar perdendo uma irmã uniram suas mãos e meu coração sangrou... Pedi
forças À Deus e ao me despedir da pessoa fui tomar banho. A dor era tão grande
que naquele momento resolvi entregá-la como sacrifício pela a agonia da
Lucineide, para que ela não sofresse mais, pois já não sabíamos o que fazer por
ela. Pedi Ao Senhor que tivesse compaixão dela e que quando chegasse sua hora
ela fosse em Paz, pedi pela salvação de sua alma.
Assim que tomei banho, veio a
notícia, minha irmã depois de três dias agonizando, faleceu. Chorei muito, não
entendia como uma mulher tão jovem, com seus 47 anos, que tinha tanta vida pela
frente poderia partir tão cedo dessa vida. Pensei em seus filhos, na dor que
estavam sentindo, mas uma sensação de Paz foi me invadindo... senti que a dor
do amor não correspondido que ofereci À Deus em sacrifício pela salvação da
minha irmã tinha sido aceito por Ele. A certeza de que agora ela estava
descansando no colo do Pai me consolou e me deu coragem para ajudar uma de suas
filhas com o funeral.
Quando cheguei em sua casa e vi
seu corpo imóvel, senti que realmente ela tinha ido em Paz. Deus não rejeita
jamais um sacrifício de amor.
Fui a cidade com a minha sobrinha
e dois amigos para fazer todo o processo que exige a funerária e ao hospital
obter a declaração do óbito. Fui percebendo como Deus é misericordioso, pois vi
a força que Ele estava dando a minha sobrinha, que era mais apegada a ela e que
sofreu junto toda aquela dor e estava reagindo de maneira forte e corajosa.
Agradeci muito Ao Senhor, pois todos da família temia que ela não resistisse.
Passou se alguns dias e Deus me
presenteou com um belíssimo show da minha banda preferida, Rosa de Saron na
minha cidade Natal, Ubajara, CE. Passei um dia muito abençoado com minha
família materna, onde tive a oportunidade de atender o pedido que minha mãe,
Maria das Dores havia feito algumas vezes, que era para eu chamar de mãe a
minha mãe biológica Marlene, a qual eu tratava apenas como uma amiga e irmã.
Quando eu falei sobre o assunto e a chamei de mãe pela primeira vez, ela se
emocionou muito, chorou e explicou o que eu já sabia, que tinha me dado em
adoção porque na época não tinha condições de me criar mas que sofreu muito.
O carinho dos meus irmãozinhos
foi me contagiando com uma alegria muito grande e tudo o que eu fazia era
bendizer ao Senhor em minha alma por sua misericórdia, estava rodeada por
pessoas que me amavam verdadeiramente. Foi realmente um presente de Deus e um
consolo depois de passar por um período de tanta dor.
Passou-se mais alguns dias, e
ganhei outro presente do Senhor, uma viagem de sete dias na Canção Nova, em
Cachoeira Paulista, São Paulo. A realização de um sonho que nutria desde os
meus 16 anos de idade, quando conheci através da TV, essa maravilhosa e
abençoada comunidade.
Vivi momentos maravilhosos de fé
que eu sei que não passaram, mas que deixaram aqui dentro do meu coração uma
semente de esperança e um fogo abrasador que não se apagará jamais.
Tive a oportunidade de me
confessar, de receber aconselhamento e oração, missa diária, adoração,
palestras, louvor... Participei de programas de televisão alegres e
descontraídos como o Juntos somos mais com a Maria Renata e o Cleto Coelho, de
ensino da fé católica, como A escola da fé com professor Felipe Aquino, oracional,
como o Amor Vencerá com a Salette Ferreira, dos terços mariano e o da Divina
Misericórdia. Conheci pessoalmente a Ermida da Mãe Rainha, em que na maioria
das vezes é gravado o terço, que eu rezava todas as noites com a minha mãezinha
Maria das Dores pela TV Canção Nova. Ali foi impossível conter as lágrimas.
Conheci pessoalmente pessoas que
Deus usou e continua usando inúmeras vezes para falar ao meu coração, como o
Márcio Mendes, Diácono Nelsinho Correia, Thiago Tomé, Andrea Taísa ( Déia do
Bem da hora) Pe. Roger Araújo, Ricardo Sá e Emanuel Stênio...
Assisti de pertinho a missa
celebrada pelo Monsenhor Jonas Abib, fundador da comunidade Canção Nova. Fomos
muito bem acolhidas em um jantar na casa de uma de nossas conterrâneas que é
missionária consagrada, a Lília Raulino, ela e suas irmãs de missão são pessoas
abençoadas e acolhedoras. Deus seja louvado pela vida de cada uma dessas servas
e servos do Senhor que deram o seu sim para levar O Evangelho até os confins do
mundo.
No Santuário do Pai das
Misericórdias pedi a Ele a graça de amar como irmão a pessoa pela qual me
apaixonei e Ele me ouviu. Quem sabia da história ficou surpreso e admirado por ter
sido algo tão rápido, mas não foi mágica, foi a misericórdia de Deus. Ele se
compadeceu do meu pobre coração assolado pelas feridas e dores de um amor não
correspondido. Pois foi O Seu Amor de Pai quem me curou e me libertou.
E eu quero dizer para você que
hoje está sofrendo por um amor que não é recíproco, que mesmo que você já tenha
pedido À Deus para “arrancar” de seu coração esse sentimento, e ainda não
conseguiu, que continue crendo. Peça como eu pedi, se for segundo A Santa
Vontade do Pai. Se não for ouvido de imediato, ofereça esse sofrimento por sua
própria conversão ou de alguém que você ama, pela salvação das almas do
purgatório, pela Paz no mundo, a santificação do clero e pelas famílias do
mundo inteiro. Seu sofrimento não será em vão. Mesmo que as vezes pareça
desesperador, creia que Deus está cuidando de você como Ele cuidou e cuida de
mim.
Para mim também não foi fácil e
não pense que depois disso eu não tenho mais lutas em minha afetividade, é
claro que sim mas a certeza de que de tudo O Senhor tira um bem maior me dá
forças para continuar. Eu sei em Quem pus minha confiança.
Assim como falamos e gritamos
muito durante o acampamento dedicado à São Miguel Arcanjo, unido à ele quero
declarar com você: QUEM COMO DEUS? NINGUÉM COMO DEUS!
Encerro aqui o meu relato de hoje
com um grande exemplo de sacrifício por amor à Jesus, retirado do livro:
Jovens, vós sois nossa esperança, de Anderson Wagner:
A história de amor do Beato
Alberto Marvelli que diz: Escolheu para
companheira a jovem Marilena Alde de Lecco, que mantinha com ele uma graciosa
amizade e ligação espiritual. Declarou a ela a sua intenção, por meio de uma
longa carta que narrava o que ele sentia com espontaneidade e que a deixava
livre para responder. Escrita em 27 de agosto de 1942, a sua carta nunca foi
respondida.
Mesmo sentindo a dor de não ser correspondido Alberto se conformou:
Amo muito mais O Senhor para rebelar-me ou chorar
sobre sua vontade... por sua vontade devemos sacrificar as satisfações dos
nossos desejos e ideais terrenos.
Reflita com isso...
Deus lhe abençoe muito! Um abraço de sua irmã em Cristo
Kátia Aparecida