sábado, 31 de maio de 2014

Olhando para trás...



"A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente." (Soren Kierkergaard)

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Hoje assistindo a reprise do programa, Direção Espiritual, do Padre Fábio de Melo, fiquei muito emocionada com a participação da cantora católica, Adriana Arydes. As músicas dela me marcaram muito no começo da minha caminhada com Cristo. E justamente vê-la ao lado do padre Fábio, outro servo de Deus, que tanto me ajudou com suas palavras, músicas, livros... em um momento tão difícil que passei na minha vida há alguns anos atrás.
Fico aqui pensando no quanto Deus agiu em mim por meio de pessoas que vivem tão longe, que nem conheço pessoalmente. Missionários que levam a sério a missão de evangelizar através da música, das pregações, do próprio testemunho de vida. Eu só tenho que louvar e agradecer ao Senhor por tudo isso.
Foi impossível não recordar o meu passado... Nunca contei aqui no blog sobre uma grande tribulação que vivi há exatamente sete anos atrás. Quando, experimentei a incompreensão de pessoas que eu achava que poderiam me compreender, quando conheci o abandono daqueles que eu julgava serem os meus verdadeiros amigos, as calúnias, as humilhações de gente que infelizmente se satisfazem com a dor do outro.
Mas tudo a seu tempo. Acredito que ainda não chegou o momento de contar o meu testemunho, por enquanto não me sinto preparada para isso. Tudo o que posso dizer é que me identifico muito com a expressão do padre Fábio, “Mulheres de aço e de flores,” que deu título a um de seus maravilhosos livros. Sim, eu sou mulher de aço e de flor. Sou forte, sou fraca diante dos meus desalentos, mas estou na luta como uma cristã que acredita firmemente que pode ser melhor a cada dia. Porque acredito na Palavra que diz: “Quando sou o mais fraco, então é que sou forte!” (II Coríntios 12, 10)
Quando vi o padre Fábio cantando com a Adriana, a música, Humano amor de Deus, justamente a que ele compôs para ela em um momento de tribulação na vida desta sua grande amiga, foi impossível conter a minha emoção. Pois lembrei-me que se tivesse que cantá-la para alguém eu cantaria para minha mãezinha que já está na eternidade, para pessoas que Deus colocou em minha vida em momentos mais que certos, como um seminarista que tive a graça de conhecer justamente no auge da minha dor, o Marquinhos, hoje padre Marcos, para uma grande amiga e missionária da comunidade Shalom, que também se chama Adriana e que conheço pessoalmente e para pessoas que nem sabem que eu existo, como o padre Fábio de Melo, a Adriana Arydes e tantos outros missionários da Canção Nova, que foram usados por Deus através de palestras, músicas, livros. Porque poucos foram os conhecidos que chegaram com palavras de conforto e alento.
Entretanto, eu não guardo rancor em meu coração, pois aprendi que os sofrimentos são grandes fontes de aprendizado se vividos da maneira certa, em Cristo. Ele que experimentou na carne, a solidão, a incompreensão, as calúnias, a traição, o abandono... 
Apenas segui o conselho do padre Fábio: “Quando o sofrimento bater a sua porta é melhor abrir”.  E se eu tivesse a oportunidade de voltar no tempo escolheria viver tudo de novo, pois se eu não tivesse vivido tudo aquilo que vivi, não seria a pessoa que sou hoje, com uma visão muito melhor da vida.
Obrigada Senhor pela sua misericórdia, em todos os momentos da minha vida! Hoje olhando para trás, posso cantar aquela belíssima música do Diácono Nelsinho Corrêa que diz: “Quem me segurou foi Deus com seu amor de Pai...”
Em homenagem aos anjos amigos que conheci na vida dedico essa canção:




 Humano amor de Deus - (Padre Fábio de Melo e Adriana Arydes )

Tens o dom de ver estradas
Onde eu vejo o fim
Me convences quando falas:
Não é bem assim!
Se me esqueço, me recordas
Se não sei, me ensinas.
E se perco a direção
Vens me encontrar

Tens o dom de ouvir segredos
Mesmo se me calo
E se falo me escutas
Queres compreender
Se pela força da distância
Tu te ausentas
Pelo poder que há na saudade
Voltarás!

Quando a solidão doeu em mim
Quando o meu passado não passou por mim
Quando eu não soube compreender a vida
Tu vieste compreender por mim

Quando os meus olhos não podiam ver
Tua mão segura me ajudou a andar
Quando eu não tinha mais amor no peito
Teu amor me ajudou a amar

Quando os meus sonhos vi desmoronar
Me trouxeste outros pra recomeçar
Quando me esqueci que era alguém na vida
Teu amor veio me relembrar

Que Deus me ama
Que não estou só
Que Deus cuida de mim
Quando fala pela tua voz
E me diz: coragem! (bis)