Gosto muito desta época do ano que se aproxima do inverno. O Ceará, assim como todo o Nordeste, precisa de chuva. O período de estiagem parece não ter fim e a expectativa dos agricultores com a chegada da estação chuvosa é grande.
Infelizmente é também nesta época que acontece algo que me deixa indignada. Se trata das queimadas, que traz danos graves ao solo acelerando o processo de desertificação. Anteontem quase asfixiei com a fumaça vinda de um roçado¹ atrás da minha casa. O dono, como todos os agricultores daqui da região, faz uso de coivaras² para a limpeza do solo.
Antes, apesar de não concordar, eu achava que as queimadas eram realmente necessárias. No entanto, não imaginava que existia outro meio de limpar um terreno para plantio, ou seja, cultivar a terra sem agredir a natureza.
o livro que ganhei |
Através do livro aprendi, entre muitas coisas, que é totalmente desaconselhável o uso de coivaras e recomendável a formação de leiras³ com garranchos, assim o solo se recompõe e a vegetação nativa é preservada. Segundo os autores: "Essa técnica permite que o agricultor plante seu roçado de milho, feijão, mandioca ou de outras culturas na mata, sem nenhum problema''.
a dedicatória |
Para quem ficou interessado sobre o assunto ou quer aprender mais sobre meio ambiente e o bioma Caatinga, recomendo este super livro: A menina e o espantalho, que traz uma história muito interessante, com uma linguagem acessível, além de ilustrações belíssimas da Serra do Carnutim.
1.Terreno, em que se roçou o mato e que se preparou para ser cultivado. Clareira entre o mato.
2. Amontoado de galhos de árvores e arbustos que são separados para se atiar fogo.
3.Restos vegetais amontoados em camadas contínuas, acompanhando o alinhamento do plantio.*
* retirado do glossário do livro: A menina e o Espantalho