domingo, 12 de agosto de 2012

Você tem complexo de culpa?

 
          Estou lendo um livro muito bacana do padre Zezinho, que tem como título: A dor que dói na juventude. Gente, na boa, vale a pena ler este livro.  Depois dessa leitura,com certeza vai mudar em muito a forma como você ver o mundo e as pessoas. Já percebo essa diferença em mim. 
Muitas vezes os pais não consegue entender  certas atitudes e reações dos filhos. Não imaginam que a dor que dói neles, nos jovens e adolescentes, é uma dor muito forte e em muitos casos só precisa de cuidado e atenção. Além de  nos ensinar a compreender mais do que julgar, esse livro também nos ensina  a entender  a nós mesmos e nos abre os olhos para o sofrimento de muitos outros jovens.
Um dos assuntos que o padre Zezinho aborda, é o caso do complexo de culpa nessa fase da vida.  E hoje eu trago aqui no blog, esse belíssimo texto, na íntegra, para você refletir! Depois falarei mais sobre esse tema.  Boa leitura!

COMPLEXO DE CULPA NA JUVENTUDE
Se devo dizer alguma coisa que sirva de conforto aos pais e carinhosa confiança nos jovens, direi, sem medo de errar, que os jovens estão longe de ser insensíveis e duros de coração. Haverá exceções, mas na maioria dos casos moças e rapazes,das mais diversas idades, costumam culpar-se mais do que realmente merecem.
Passo horas ouvindo seus desabafos, lendo suas cartas e vendo suas lágrimas quentes a rolar pelos olhos. Cada dia me convenço mais e mais de que temos ainda no mundo inteiro uma geração capaz de remorso, de arrependimento e de conversão.
A culpa de que se acusam, quase sempre não é tão grande nem tão grave  como pintam; o pecado que os martiriza quase sempre foi muito menos maldoso do que pintam e o mal que acham que fizeram é corrigível neles e nos outros. Apenas, porque querem o justo e o certo, costumam punir mais a si do que a quem quer que seja. Assumem toda a culpa, quando a culpa não foi toda deles. Assumem uma guerra contra si mesmos e passam a se ver como pecadores, sujos, maldosos e cruéis ou até traem conceitos que não se publicam em revista ou editora que se preze.
É errado tentar convencê-los de que não são tão culpados o quanto se proclamam? É conveniente ser compreensivo com eles ou com elas, ao ponto de convencê-los de que realmente não são tão sujos nem tão errados como pensam que foram ou são?
O educador precisa distinguir claramente entre culpa e complexo de culpa. Se fizer bem ao jovem ou à jovem admitir a sua culpa e, se isto amadurecer sua consciência de pessoa, está claro que se deve seguir este caminho. Errar você errou, culpa você teve, mas agora você é outra pessoa e, evidentemente, um fato não pode ser uma vida. Nem vinte, nem mil fatos. Um erro na vida não é uma vida errada. Sua vida não é suja, nem você é uma pessoa suja porque fez o que acha que não foi limpo. Deixou marcas, mas não faz sentido viver daquele momento, quando você É MUITO MAIS DO QUE AQUELE MOMENTO.
Em suma, o complexo de culpa conduz a uma visão errada de pecado e santidade, pureza de dignidade. A pessoa acaba por se em ensimesmar e achar-se indigna da vida, dos outros e de Deus. Por isso, quem ama os jovens tem que abrir o coração para eles e mostrar que não se perde a dignidade e a pureza por um ato. Além do mais, há um porquê escondido em cada ato; Se não analisarmos tudo isto e ficarmos apenas no ato em si, acabaremos  num processo de mutilação de valores.
O que eu disse à Lucídia, menina extraordinariamente pura e sincera, quando a encontrei sem se perdoar por algo que “acontecera” umas três vezes com seu namorado, vale para todas as Lucídias do mundo:
-MENINA, VOCÊ PERDEU A VIRGINDADE MAS NÃO PERDEU A PUREZA. TERIA RAZÃO DE ESTAR SE MARTIRIZANDO SE TIVESSE PERDIDO A PUREZA E CONSERVADO O HÍMEM... SEU CORAÇÃO QUER SER PURO. POR ISSO É PURO...
Respondeu-me:
-Você é muito bom e gentil porque me quer bem, mas se soubesse tudo o que houve também não me perdoaria.
Era o complexo de culpa. Olhei-a com o melhor olhar de padre e de pai que pude arrancar de dentro de mim e disse apenas uma coisa:
-Lucídia, admitir a culpa é maturidade. Cultivar a culpa, desequilíbrio. A maior prova de que você é pura, é esta dor que está sentindo por não ter “sido pura”...
Desabou em pranto sentindo e, entre o riso e o choro, foi enterrar a cabeça no colo da mãe, que, como toda mãe educadora, não fez perguntas. Acariciou-a e deixou-a chorar. Dez anos depois, está bem casada e é uma esposa muito sensata e muito pura. Entendeu a diferença entre admitir-se culpada e cultivar remorso..

(Zezinho, Padre. A dor que dói na juventude. São Paulo: Paulus, 1987).



PENSE NISSO:

Um comentário:

Anônimo disse...

Amiga, seu blog nos forma, como é bom entrar aqui e vc trazer uma dica de livro, fiquei muito interessada em ler o livro, por isso que já vou anotar e fazer o pedido para comprar!
Obrigada por sempre estar nos formando :)sua fé é ponte que nos leva ao céu e nos faz ter um encontro com Jesus!
Um forte abraço!