quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Por onde andei...

  
 Faz bastante tempo que não postava nada aqui, mas estava com saudades! Durante todo esse tempo muitas coisas aconteceram...

  1. O encerramento da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013, que foi lindo e acima de tudo uma grande graça para quem participou ou assistiu pelos meios de comunicação. #Saudades do Papa Francisco! Aprendi muito com ele. Que exemplo de humildade e amor fraterno!

  2. Meu aniversário no dia 03 de agosto. Puxa vida, 26 anos!  (Risos) E não é me gabando não, mas tem gente que pensa que eu tenho 15 anos! Bom demais! =) Minha trilha sonora neste dia com certeza foi a música, Vinte e Seis, da banda mais maravilhosa que existe, ROSA DE SARON!

  3. Mas como na vida nem tudo é feito de sorrisos e alegrias, no final de agosto minha querida mãe-bisavó adoeceu. Passou dezesseis dias hospitalizada e eu ao seu lado. Me dediquei a cuidar da pessoa que  mais amo nessa vida e a quem eu devo tanto. Destes dezesseis dias, apenas dois passei em casa, pois como eu não estava conseguindo dormir nem me alimentar direito fiquei muito fraca e acabei caindo e machuquei a cabeça.

  O interessante é que, uma semana antes de minha mãe adoecer, eu estava no meu trabalho e me  veio um forte desejo de ler a Bíblia do início. Fazia muito tempo que eu tinha lido o livro de Gênesis. Aproveitando o tempo livre, me lancei nas leituras bíblicas. A criação do mundo, a arca de Noé, a história de Abraão, Isaac, Jacó, José... enfim. Todas essas histórias foram me fortificando, me enchendo de mais fé.
  Na semana seguinte minha mãe adoeceu e foi levada as pressas para o Hospital Municipal de Mucambo. Fui com ela como acompanhante e levei minha Bíblia e continuava lendo, colocando toda minha confiança no Senhor.
   Passado oito dias minha mãe piorou e teve que ser transferida para o Hospital Regional Norte, em Sobral. Levei novamente minha Bíblia, entretanto, lá as regras são mais rigorosas e eu não pude levar a Palavra para a sala de observação breve adulto (o setor em que ela estava). Foram dois dias de angústia pois não havia leito disponível e no estado em que ela estava sofreu bastante. Na segunda noite ela piorou e então transferiram ela para uma maca. Como eu havia conseguindo levar meu terço escondido no bolso, comecei a rezar.
   Perto da maca em que minha mãe estava havia um senhor em estado mais grave, com muita falta de ar. Quando terminei de rezar o terço ele pediu que eu rezasse novamente um Pai Nosso e uma Ave Maria. Percebi que ele se acalmava com as orações. Ele estava amarrado na maca porque era muito agitado. Então ele olhou para mim com um olhar que partiu meu coração e disse: "Moça, me desamarra, eu quero sair daqui, eu quero andar". "Não posso fazer isso, só os enfermeiros. Mas confie em Deus. O senhor vai ficar bom e vai poder andar novamente". Respondi. Logo depois disso, um leito foi desocupado na intermediária 2 e minha mãe foi transferida para lá e pode se recuperar melhor. Passando mais seis dias nesse setor.
   Eu sentia uma necessidade tão grande da Palavra do Senhor. E Deus é tão maravilhoso! Pois um amigo meu, que é evangélico, me mandou por uma rede social, que eu acessava via celular, quando minha mãe já estava melhor, vários versículos bíblicos que fortaleceram a minha fé.
  Foram dias muito difíceis, todavia, aprendi tanto no sofrimento! Tive a graça de conhecer pessoas incríveis, sofridas mas batalhadoras que me mostraram que não devemos ter medo da realidade nunca, apenas confiar em Deus e nada mais. Fiz muitas amizades e pude comprovar que ainda existe muita gente boa nesse mundo.
   Que O Senhor abençoe a todos que conheci e que ajudaram a minha mãe como puderam. A Kátia, minha xará, que cuida da limpeza daquele setor. Uma mulher jovem e muito simpática, super engraçada que alegrou um pouco a vida da gente. O enfermeiro Cícero, por sua dedicação e carinho com que trata os pacientes e todos os outros que foram muito legais. O Édson, da sala de observação breve adulto, que por trás daquele rosto sério e fechado, existe um coração bom e preocupado com os que sofrem. A dona Maria José, uma senhora muito simpática que vende lanches em frente ao hospital. Suas palavras de motivação e força consolaram meu coração.
   Consolação ao Pedro pela morte de seu pai. A dor foi grande mas o testemunho de fé e coragem deste meu mais novo amigo eu nunca vou esquecer. Consolação também para a Darca, uma ex professora muito bacana que também perdeu seu pai, e que mesmo na dor estava firme e forte. Com certeza ela pertence ao grupo da mulheres de aço e de flores que o padre Fábio tão bem descreveu.
    Força e fé para a Socorro, uma mulher muito conversadeira e divertida, mas com um olhar triste por causa do seu pai doente. É admirável o amor dela por ele. O impossível Deus pode realizar.
     Confiança e esperança para a moça de olhar sereno e sorriso simpático que encontrei algumas vezes no hospital e com quem conversei um pouco, mas que na pressa esqueci de perguntar seu nome.
   Que O Senhor em sua infinita misericórdia abençoe e fortaleça a toda aquela gente tão sofrida. Presenciei muito sofrimento naquele lugar, mas em todos os momentos senti a força de Jesus e de Nossa Senhora em meio a dor.
   
"Quem nos poderá separar do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? Como diz a Escritura: Por tua causa somos postos à morte o dia todo, somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro. Mas em todas essas coisas somos mais que vencedores por meio Daquele que nos amou". ( Romanos 8, 35-37)