Hoje estou sentindo vontade de chorar... São tantos os sentimentos
que mexe com minhas emoções! Eu acho que sou como o padre Fábio de Melo,
carrego uma tristeza que faz parte de mim. Apesar do meu sorriso estampado, das
brincadeiras eu trago uma certa melancolia que se pode ver muito bem pelo meu
olhar. Mas não sou alguém totalmente triste e nem muito menos amarga ou
frustrada, a minha fé em Deus me concede a graça da felicidade. Parece até que
estou me contradizendo não é? No entanto, me identifico muito com essas
palavras do padre Fábio que diz:
“Não entendo a tristeza como ausência de felicidade. Acho que elas
coexistem. Somos felizes e tristes. Felizes porque tentamos entender a nossa
missão. Tristes porque assim tem de ser. A tristeza nos empresta respeito ao
outro e percepção mais aguçada da dor. Talvez tristeza seja ausência de
alegria, de riso fácil, não de felicidade.”
E em certos momentos como
agora, a minha melancolia me dá vontade de transmitir o que sinto por meio da
palavra. E aqui estou partilhando mais uma vez com vocês do meu sagrado.
Entretanto, nem sempre consigo expressar o que sinto. Sei que todo
mundo também é assim. Acho que é por isso que eu amo uma boa música, que tenha
conteúdo e significado. Porque muitas das vezes estou sentindo algo que não sei
descrever e, de repente a letra de uma determinada música é capaz de transmitir
o que sinto e daí se torna uma oração à Deus.
Acredito que tenho o dom das lágrimas. Muitas vezes ouvindo uma
música da igreja, lendo um livro ou mesmo rezando começo a chorar. Para quem
nunca ouviu falar nesse dom do Espírito Santo, quero partilhar o que aprendi
através de um missionário da Canção Nova:
“A Palavra de Deus fala de um tipo de oração feita entre ‘lágrimas’
que é poderosíssima. Isso por se tratar de um dom do Espírito Santo. É uma
oração eficaz que Deus atende prontamente. Por isso está escrito: “Roguemos ao
Senhor com lágrimas que nos conceda a sua misericórdia como lhe aprouver, para
que assim como se perturbou o nosso coração com o orgulho dos nossos inimigos,
do mesmo modo encontraremos glória em nossa humilhação” (Jt 8, 17). Deus tem o
poder de transformar em vitória a humilhação que vivemos no momento presente. O
choro nos esvazia na presença do Senhor e, quando um coração está vazio de si
mesmo, Deus o encherá. É a humildade que atrai o Senhor ao nosso encontro. No
dom de lágrimas, Deus cura o coração ferido pelo pecado, purifica-o e
fortalece-o contra todo mal e toda tentação. Trata-se de um favor, um dom que
Deus concede de graça, um benefício que ele dá e que tem o poder de tornar a
pessoa liberta. Esse dom tem a força de devolver a felicidade aos que se
perderam de Deus e mergulharam nas trevas da tristeza. É uma graça especial e
firme de intercessão que age em nós para salvar as pessoas...Deus, pela
humildade das lágrimas, salva da morte e do desespero. Ele desperta esse
carisma no coração de uma pessoa quando quer torná-la melhor, mais santa. São muitos
os bens que o Espírito Santo realiza na vida daqueles a quem deu esse dom. Mas
a graça só acontece se a pessoa acolher com reconhecimento. (p.20-22. O Dom das Lágrimas. Márcio Mendes. Editora
Canção Nova. 33ª. Ed. 2007).
Fico muito assustada quando escuto alguém de dizer que não chora.
Pois o choro liberta a alma, consola. É como diz a música, Reis e Princesas, da
banda Rosa de Saron: “Sei que as lágrimas são o
sangue da alma, Deus as entende e eu as entrego.” É por isso que não tenho
medo de chorar na presença do Senhor, sei que Ele me entende e me acolhe.
Reflitam com essa música:
Lágrimas que purificam – Adriana Arydes
quando estão
escondidas no olhar
mas se elas rolam,
é a dor que já não
dá pra suportar
lágrimas que
purificam, lágrimas que santificam
e dão força ao
coração.
(Refrão)
Lágrimas doem pra
valer mas sempre há de
prevalecer toda a
vontade do Senhor
presente em minha
vida (2x).
Os sonhos que não
alcanço
eu me pergunto por
que DEUS não quis,
mas sei que ELE vê
mais longe
e ELE sabe o que é
bom pra mim.
Se eu chorar a noite
inteira logo pela manhã
o meu Senhor as
minhas lagrimas enxugará.
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